Peter Zumthor






 


Arquiteto suíço, Peter Zumthor nasceu em 1943, em Basileia, e cresceu no seio de uma família de carpinteiros, fator que influenciou, de algum modo, a abordagem que faz na sua obra.

Estuda na "Schule Für Gestaltung Basel", a partir de 1963, e em 1966 muda-se para a "Pratt Institute", em Nova Iorque, onde estudou Arquitetura e Design. A partir de 1968 trabalhou durante vários anos como arquiteto para o Departamento de Manutenção e Preservação de Monumentos do Cantão de Graubüngen, na Suíça. Tem tido uma vasta atividade académica, lecionando em diversas instituições, tais como a Universidade de Zurique, 1978, no Southern California Institute of Architecture, Los Angeles, Estados Unidos, em 1988, na Technische Universität de Munique, Alemanha, em 1989, na Tulane University, Nova Orleãns, Estados Unidos, em 1992, e na Academia de Arquitetura de Mendrisio da Universitá della Svizzera Italiana, em 1996. No ano de 1979, iniciou a sua atividade profissional independente, tendo projetado o seu próprio escritório em Haldenstein, Graubünden, em 1985. Ainda em 1985 projeta um abrigo de proteção das minas romanas na estação arqueológica de Chur, na Suíça, onde propõe um diálogo entre o passado e o presente, reproduzindo a definição geométrica das antigas construções, em que, longe de uma atitude mimética, utiliza uma estrutura de madeira coberta por uma superfície de lâminas do mesmo material propondo o relacionamento constante entre interior e exterior, deixando-se ser atravessada pela luz, pelo ar e pelo som.

A construção da Capela de São Benedito em Sumvitg, Suíça, entre 1987 e 1989, edificada como que uma torre na paisagem natural da montanha, com a forma de lágrima, é feita integralmente em madeira, sendo uma obra que remete ao recolhimento, à concentração e à reflexão. Em 1990 elabora o projeto das termas de Vals, cuja obra foi concluída em 1996. Neste projeto, que se funde com as montanha, é procurado nas referências da tradição dos banhos romanos não o seu entendimento formal ou a sua imagem, mas sobretudo a verdade que reside na sua natureza, construindo uma ode à pedra e à água e ao Homem com esses elementos numa profunda sintonia com o lugar. Peter Zumthor ganhou o Prémio Mies Van Der Rohe em 1998. Ganhou a 6.a edição do Prémio Mies Van Der Rohe com o projeto para o Museu de Arte de Bregentz, na Áustria, realizado de 1990 a 1997. De planta quadrada, o museu ergue-se junto ao lago Constância, é composto essencialmente por espaços fluidos definidos por três paredes estruturais em betão que atravessam, na vertical, todo o edifício, separando as zonas de exposição das áreas de serviço e de acessos, sendo o conjunto envolvido por uma membrana de vidro translúcido e aço, desempenhando um papel que está associado a uma constante troca de luz, sombras e silhuetas. Zumthor, na sua obra, não tem como objetivo a criação de um modo de fazer arquitetura, muito menos definir um estilo ou inserir-se dentro de qualquer outro. As questões que procura levantar com a intervenção que propõe prendem-se com a procura de respostas para cada caso, tanto nas relações de reciprocidade que estabelece entre o Homem, a obra e o lugar, como do ponto vista tectónico, que se mostram rigorosos e eficazes denotando uma capacidade de em cada obra dotá-la de uma "alma", uma espiritualidade, algo de profundamente íntimo refletindo uma interpretação do mundo e das coisas que nos rodeiam com uma sensível simplicidade. A linguagem dos materiais, as superfícies, a luz, as texturas, a estrutura são mais importantes do que a forma, como ilustra a compilação de textos seus, Thinking Architecture, Peter Zumthor, Baden, Suíça, Peter Zumthor and Lars Müller Publishers, 1998. Em 1994, torna-se membro da Academia das Artes, Berlim, Alemanha, e em 1996 membro honorário da Bund Deutscher Architekten - BDA - Associação Alemã de Arquitetos. Para além das obras já referidas, pode-se destacar algumas outras: o corredor de ligação do Museu de Arte de Chur, Suíça (1987-1990); o conjunto de habitações Spittelhof, na Basileia, Suíça (1989-1996); a ampliação da Casa Gugalun, em Versam, Suíça (1990-1994); o edifício de habitação para idosos, em Chur, Suíça (1992-1993); a "Topografia do Terror" - Centro Internacional de Exposição e Documentação em homenagem às vítimas da Gestapo, em Berlim, Alemanha (1997, em construção); a "St. Kolumba" Errbishöfliches Diözesanmuseum, em Colónia, Alemanha (em projeto).