As volumetrias fluídas e as formas orgânicas marcam o traço desta
arquitecta e designer iraquiana
Quem conhece, reconhecerá facilmente o traço vanguardista do trabalho
da arquitecta e designer Zaha Hadid, quem não conhece ficará ‘por dentro’ das
criações da primeira mulher a ganhar o Prémio Pritzker. Foi em 2004 que a criadora
nascida há 60 anos em Bagdad, Iraque, arrecadou esta importante distinção,
equivalente ao Nobel da arquitectura, e que lhe serviu de entrada directa para
a história da arquitectura e do design pós-moderno. E não é para menos, a obra de
Zaha Hadid desafia todas as barreiras. As linhas conceptuais e escultóricas do
seu trabalho são a prova de que não há impossíveis na tarefa de desconstruir as
formas e a mente humana. As volumetrias são fluídas e
voláteis, os materiais e as formas completamente orgânicas e 'avant-garde'
quase nos transportam para mundo surreais, vividos algures noutras galáxias. Zaha Hadid é autora de inúmeras
obras-primas, ímpares na história recente da arquitectura, desde o London
Aquatic Center, que estará pronto em 2012, ao Abu Dhabi Performing Arts Center,
nos Emirados Árabes Unidos, à Estação de Comboios de Nordpark, Innsbruk, na
Áustria, entre muitos outros. A Arquitecta iraquiana, radicada
no Reino Unido, onde já recebeu o prémio da ordem do império britânico pelos
serviços realizados à arquitectura, também tem um vasto catálogo assinado nas
áreas do design de moda, mobiliário e iluminação. No design de mobiliário
destacamos a ‘Aqua table’ para a ‘Established&Sons’ e na incursão pelo
mundo da moda, as recentes criações de edição limitada para a Lacoste: umas
botas com um look completamente ergonómico, orgânico e futurista. Filha de um político e
industrial influente no seu país, Zaha Hadid licenciou-se em Matemática na
Universidade Americana de Beirute e depois na Architectural Association em
Londres. Começou a trabalhar no Office for Metropolitan Architecture (OMA). Em 1979 abre o seu próprio
atelier e logo no início da década de 80 dá os primeiros passos no ensino, numa
carreira paralela que mantém até hoje, leccionando em várias universidades na
Europa e EUA.
"Acredito que as coisas
podem ser feitas de outra maneira, que a arquitectura pode mudar a vida das
pessoas, e que vale a pena tentar", Zaha Hadid