Eduardo Souto Moura
(PT)



É um dos arquitetos portugueses mais internacionais e conceituados. O seu trabalho inscreve-se no contexto da “escola do Porto”, a par de nomes como Fernando Távora ou Siza Vieira. Entre os inúmeros galardões que recebeu, destacam-se o Prémio Pessoa em 1998 e o Prémio Secil em 2004, pelo projeto do Estádio Municipal de Braga. Com rigorosa disciplina, Eduardo Souto de Moura recusa as soluções fáceis e dá importância ao pormenor. Isso explica o incontestável rigor e mestria das suas obras. Eduardo Souto de Moura pertence, com Fernando Távora ou Álvaro Siza Vieira, à chamada “escola do Porto”, de renome internacional, que se caracteriza pela importância que os arquitetos dão ao desenho. Souto de Moura distingue-se por procurar um encontro quase poético entre o rigor inventivo da forma e a importância concedida aos materiais. O resultado é uma equilibrada fusão entre ficção e realidade. As suas obras comprovam-no, espalhadas de Norte a Sul de Portugal, da extraordinária casa de Moledo, no extremo norte do Minho, integrando-se na paisagem rochosa, ou a casa em Vilamoura, no Algarve, recreando a casa tradicional algarvia, passando pelas vivendas, como a de Miramar - menção do Prémio Secil -, vivendo ao lado de um urbanismo degradado. Eduardo Souto de Moura nasceu no Porto em 25 de julho de 1952. No auge dos seus 54 anos, exibe uma série invejável de prémios. Destacam-se o Prémio Pessoa em 1998 e o Prémio Secil em 2004, pelo projeto do Estádio Municipal de Braga. É notável como o exterior se infiltra no interior. É a lógica do cruzamento, tão importante nas suas obras. Souto de Moura é um trabalhador incansável. O rigor é - sempre foi - a pedra basilar do seu edifício. Desde cedo decidiu fazer-se ao mundo com mentalidade de obstinado, estivesse onde estivesse, fosse qual fosse a tarefa ou o estatuto que lhe cabiam. Há que salientar a forma como, a cada novo projeto, questiona as soluções mais óbvias e o modo como “cada parte da obra é pensada como se fosse decisiva”, afirmou, em 2003, o arquiteto José Mateus ao semanário “Expresso”. “Transporta consigo uma enorme quantidade de memórias, viagens, leituras, lugares e coisas vividas”, acrescentou. A sua arquitetura revela um sentido crítico e transformador da paisagem, específico para cada contexto. Este é o lema do arquiteto portuense nos inúmeros projetos que já assinou. A esta opção não será alheia a sua inicial colaboração com Siza Vieira, assim como o facto de se ter licenciado em Arquitetura na Escola Superior de Belas-Artes do Porto, curso que finalizou em 1980. Souto de Moura empenhou-se a aprender o ofício. É logo nesse ano que recebe o seu primeiro prémio, da Fundação António de Almeida. No ano seguinte, começa a atividade como assistente no curso de Arquitetura da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto. Ao longo dos anos, também deu aulas fora do País, como professor convidado, nas faculdades e escolas de Arquitetura de Paris-Belleville, Harvard, Dublin, Zurique ou Lausana. A sua produção é inspiradora. Fez trabalhos tão distintos como a Casa das Artes do Porto (1981-1991), a ponte “Dell’Accademia”, em Veneza (1985), ou o projeto de arquitetura para o Metro do Porto (1997). A inovação é um dos seus cunhos mais marcantes. Para ele, criatividade é inventar, investigar, desenvolver, arriscar, quebrar as regras e divertir-se.
O prémio Pritzker, galardão que é considerado o "Nobel da arquitetura", foi atribuído este ano ao arquiteto português Eduardo Souto Moura. O júri destaca o "trabalho que é do nosso tempo mas que também tem ecos da arquitetura tradicional". O júri do prémio Pritzker anunciou, em comunicado, que Eduardo Souto Moura é o vencedor da edição de 2011 do maior galardão da arquitetura mundial. "Durante as últimas três décadas, Eduardo Souto Moura produziu um corpo de trabalho que é do nosso tempo mas que também tem ecos da arquitetura tradicional. Os seus edifícios apresentam uma capacidade única de conciliar características opostas, como o poder e a modéstia, a coragem e a subtileza", realça o comunicado do júri, que destaca a obra do Estádio Municipal Braga, construído numa antiga pedreira, por ocasião da realização, em Portugal, do Campeonato da Europa de Futebol de 2004. Eduardo Souto Moura é o segundo arquiteto português a receber esta distinção, depois de Álvaro Siza Vieira ter vencido em 1992. E junta o seu nome aos de outros grandes arquitetos mundiais, como Oscar Niemeyer, Frank Gehry, Jean Nouvel e Rem Koolhaas.