Manuel Marques
(PT)









Manuel Marques nasceu a 25 de dezembro de 1890 em Avintes, Vila Nova de Gaia. Era filho de Adolfo Marques, entalhador, e de Esperança Francisco Pinto, e irmão de Adolfo e Francisco Marques, mestre de talha. Com doze anos de idade matriculou-se na Academia de Belas Artes do Porto. Na escola fez amizade com Marques da Silva. Entre o final dos seus estudos, em 1913, e o ano de 1918, terá repartido o seu tempo entre a oficina da família e o atelier do colega Marques da Silva.
Após o fim da I Guerra Mundial deu continuidade à sua formação na qualidade de bolseiro em Paris, tendo como companheiros Heitor Cramês, Joaquim Lopes, Manuel Amoroso Lopes, entre outros. Frequentou os ateliers de Godefroy e de Pontesmoli (1921-1924), concluiu diversos projetos (Quartel de Bombeiros em 1921, "Albergue de Montanha" de 1922, Hospital de 1924, "Casa de Estudantes de Portugal" na cidade universitária de 1925) e obteve o diploma de Arquiteto do Governo francês, em 1930. De regresso a Portugal fixou-se no Porto. Montou um atelier na Rua Miguel Bombarda, e passou a desenvolver a atividade de projetista em regime liberal. Ao longo da sua carreira realizou mais de 150 obras, individualmente ou em colaboração com outros colegas como Júlio de Brito, João Peneda e Marques da Silva, Amoroso Lopes e Coelho de Freitas. Estas abrangeram diversas tipologias arquitetónicas (casas individuais e coletivas, equipamentos, parques públicos, estabelecimentos comerciais, projetos de urbanização e mobiliário), e encontram-se em várias cidades portuguesas (Porto, Matosinhos, Vila Nova de Gaia, Aveiro, Barcelos, Braga, Penafiel, Famalicão, Fafe, Vieira do Minho, Viseu e Tabuaço). Entre as suas obras mais conhecidas contam-se a Barbearia Tinoco, na Rua Sá da Bandeira (1929), a Farmácia Vitália, na Praça da Liberdade 34-37 (1932), em coautoria com Amoroso Lopes, que é um edifício modernista de fachada geometrizante, a Casa de Armando Peres, de 1933 e os Armazéns Cunhas (1933-1936), na Praça Gomes Teixeira 14/22, em colaboração com Amoroso Lopes e Coelho Freitas. Esta obra resulta da união de 3 edifícios oitocentistas que receberam uma frente única de estética Arte Déco.
A 26 de março de 1927 foi nomeado Professor da 2ª Cadeira – Ornato, da Escola de Belas Artes do Porto, e em 1947, por sugestão de Joaquim Lopes recebeu temporariamente serviço na área de Escultura, após a morte do professor titular. Foi também vogal da comissão de Estética da Câmara Municipal do Porto. Morreu a 11 de outubro de 1956.