Mário Bonito
(PT)


Numa breve síntese intenta-se em breves linhas dar a conhecer um pouco da Vida e obra do arquiteto Mário Bonito, o significado da mesma para a própria cidade, assim como o seu papel na sociedade e, principalmente, na arquitetura. Detentor de uma personalidade forte e de uma capacidade criativa invulgar, Mário Bonito nasceu a 18 de março de 1921 e ingressou na Escola Superior de Belas Artes, onde permaneceu de 1936 até 1948. A sua obra, concentrada maioritariamente na década de 50, caracteriza-se por uma aplicação pioneira dos princípios modernistas em Portugal, motivo por si só capaz de justificar a necessidade de estudar a vida e obra deste arquiteto. Apesar da sua obra, Mário Bonito distingue-se também pela intervenção ativa e importante no decurso e discussão da arquitetura moderna em Portugal. Um ano após a conclusão da sua licenciatura participa no Congresso Nacional de Arquitetura de 1948, onde publica duas teses “Regionalismo e Tradição” e “Tarefas do Arquiteto”. No mesmo ano, Mário Bonito torna-se membro da ODAM (Organização dos Arquitetos Modernos). Apesar da parca produção arquitetónica, os exemplos que nos proporciona demonstram com clarividência a aplicação dos princípios modernistas e a influência de arquitetos como Le Corbusier e Nervy. Exemplos como o Edifício do Ouro, na Rua Fernandes Tomás (talvez o mais elucidativo e paradigmático na aplicação dos princípios modernistas), o edifício da livraria Leitura, na Rua de Ceuta, ou ainda a Cooperativa “O Lar Familiar” no Largo do Maestro Miguel Ângelo e Rua Carlos Dubini. Porém, na análise e estudo da sua obra, depreende-se um gradual faseamento e até mesmo alguma discrepância no evoluir da linguagem arquitetónica. Contudo não é claro se esta suposta mudança se deve a uma aparente evolução, que por exigência ou simplesmente por regra vai definindo outros padrões ou se, tal como deixam adivinhar alguns trechos das memórias descritivas dos projetos, lhe terá sido imposta uma certa inibição no uso da própria expressão arquitetónica.