PORTO K2
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P0 / P1 / P2 / P3 / P4 / P5 / P6 (Mercado Ferreira Borges / Palácio da Bolsa / Igreja de S. Nicolau / Casa do Infante / Capela Nossa Senhora do Ó / Casas da Reboleira Nº 55 e 59 / Igreja de S. Francisco )
























Mercado Ferreira Borges (P0)
Antigo mercado, situa-se ao fundo da Rua Mouzinho da Silveira, junto ao Palácio da Bolsa, à igreja de São Francisco e à descida par Ribeira. Foi construído pela Companhia Aliança (fundição de Massarelos). É considerado um importante testemunho da arquitetura do ferro, apresentando numerosos elementos construtivos e decorativos que revelam a adequação técnica e plástica das potencialidades da construção metálica oitocentista. Atualmente, é um espaço de animação cultural, classificado como Imóvel de Interesse Público.
Rua Ferreira Borges; 4050-253 Porto
Contactos: Tel: 222 002 022 





Palácio da Bolsa (P1)
O Palácio da Bolsa, dedicado aos ofícios do comércio e da indústria portuenses e símbolo da emergente burguesia da cidade do Porto, espanta o visitante pela sua riqueza e grandiosidade. No ano de 1834 era fundada a Associação Comercial do Porto, agremiação que imprimirá um notável desenvolvimento à arquitetura civil na área urbana da capital nortenha. Na sequência da sua fundação, os associados procuraram construir uma sede e, igualmente, um condigno Palácio da Bolsa. A escolha do local recaiu sobre o íngreme terreno do antigo Convento de S. Francisco. A obra seria totalmente custeada pelos comerciantes, que, para o efeito, lançaram um imposto sobre os seus próprios rendimentos.Cinco anos mais tarde, em 1839, o projeto do arquiteto Joaquim da Costa Lima começa a ser materializado. No entanto, Costa Lima viria a falecer, em 1864, sem ver a sua obra concluída, já que a mesma se arrastaria até aos inícios do século XX.O exterior do Palácio da Bolsa apresenta sóbrias linhas neoclássicas, destacando-se a solidez da cantaria rústica, no piso térreo. A fachada é ritmada, ao nível do andar nobre, por pórtico tetrastilo - de quatro colunas -, e rematado por poderoso frontão triangular com o tímpano vazado. Acede-se ao palácio através de uma escadaria assimétrica. As janelas do andar nobre apresentam grades de ferro forjado e o edifício é coroado por um torreão que se destaca, com nitidez, da sua cobertura. Amplo vestíbulo envidraçado e alto, com estrutura metálica, recebe o visitante, que o percorre deslumbrado pela imponência da escadaria de granito e mármore contrastando com os frescos da abóbada, da autoria do pintor António Ramalho, ao mesmo tempo que se admiram bustos esculpidos em mármore ou bronze, um destes representando Fontes Pereira de Melo.As diversas salas que formam o palácio possuem obras de grande beleza artística, nomeadamente os tetos com estuques, pinturas douradas ou madeiras nobres. Nas paredes do Gabinete da Presidência podem admirar-se os frescos do pintor Marques de Oliveira, aludindo às atividades agrícola, comercial, industrial e à construção naval. Outras telas, de sabor histórico ou com alegorias, dos finais do século XIX e princípios do seguinte, decoram outras dependências palacianas. O Salão Árabe é, sem dúvida, o compartimento mais emblemático da Bolsa portuense. Concebido por Gustavo Gonçalves de Sousa, é uma vasta dependência oval, dourada e ornada com motivos neo-mudéjares ou mouriscos. Encontra-se dividido em dois pisos com magníficas arcadas, e decorado com arabescos e vitrais. O teto apresenta uma soberba decoração de laçarias em tons de azul, vermelho e dourado, sendo o seu interior revestido por uma fina película de folha de ouro.







Igreja do São Nicolau (P2)
A primeira pedra desta igreja foi lançada a 6 de dezembro de 1671, tendo as obras terminado cinco anos mais tarde. É no entanto de referir que esta igreja surge dois séculos após do local se ter tornado freguesia, em conjunto com a da Sé, a Vitória e S. João Batista de Belmonte que mais tarde veio a ser desmembrado ficando dividido pela Vitória e por S. Nicolau. Isto porque o Porto tinha apenas uma só freguesia - a da Santa Maria da Sé. Ficando a nova freguesia de S. Nicolau a realizar serviços religiosos numa pequena ermida dedicada a S. Nicolau, local que veio a ter a designação de igreja paroquial. Assim a igreja foi benzida a 6 de setembro do ano em que terminou a construção. Mas, anos mais tarde foi seriamente danificada por um incêndio que a destruiu severamente, perdendo todos os benefícios sumptuários como as talhas, imagens…E foi o Frei António de Sousa quem a reergueu, completando a fachada, refazendo a capela-mor e acrescentando o óculo que ainda hoje ostenta. Foram também trazidas de Lisboa quatro imagens novas: a de Santo António, Santo Agostinho, Santo Hilário e do padroeiro S. Nicolau. Após algumas obras de arranjos e melhoramentos a cidade entrou na era em que as ordens religiosas foram extintas e esta igreja chegou a ficar devoluta, de tal modo que aquando da abertura da Rua de Ferreira Borges pensaram em demoli-la para que a dita rua chegasse ao rio. Na sua estrutura inicial a igreja conserva quase todos os traços desde 1783, ostentando sobre o portal as armas do bispo que a reergueu. O portal desta igreja é formado por colunas e pilastras correntias assentes em pedestais que sustentam o entablamento e respetivo frontão partido que exibe as armas episcopais. Por cima do portal, um janelão ladeia e emoldura o nicho da imagem do padroeiro. A frontaria foi revestida a azulejo em 1861. a igreja é composta por uma só nave coberta por uma abobada de tijolo. Os retábulos dos altares laterais, em estilo neoclássico, são de 1816, os mais antigos são de talha rococó, artisticamente lavrados. O arco triunfal pousa em pilastras dóricas e termina num frontão partido. De um lado e de outro figuram, entre colunas salomónicas, as imagens de Santo Hilário e de S. Nicolau. Do espólio artístico e mobiliário desta igreja salientam-se alguns móveis da sacristia, varias peças de prata dourada, entre elas um cálice do século XVI, um valioso missal de 1736, no entanto e com especial menção referimos a existência de dois baldaquinos portáteis que serão muito provavelmente os únicos do género existentes em Portugal.

Rua do Infante D. Henrique, 93; 4050-297 Porto
Contactos: Tel: 222004486






Casa do Infante (P3)
A Casa do Infante foi erguida na zona histórica do Barredo, em S. Nicolau e é considerada um dos edifícios mais antigos da cidade do Porto. Pensa-se que esta torre provém do Séc. XIII, isto devido ao tipo de janelas primitivas que ainda são visíveis. A disputa entre a Coroa e o Bispado sobre o controlo marítimo e fluvial leva o rei a adquirir várias propriedades na zona ribeirinha para aí instalar os oficiais da Coroa que, inspecionavam os produtos transacionados e cobravam os respetivos direitos. Na sequência disso, D. Afonso IV decide mesmo promover a construção de um armazém destinado a Alfândega. Nesta mesma área ficariam também localizadas a Casa da Moeda, já em funcionamento no reinado de D. Fernando, a Contadoria da Fazenda e diversas casas de habitação para funcionários régios. A torre da Contadoria situava-se ao lado da alfândega, na parte noroeste. A Casa da Moeda desenvolvia-se para oriente, em redor de um grande terreiro, estando o seu edifício principal e pórtico de entrada virados à Rua Nova. O primeiro “Almazem” ou Alfândega sofreu obras de ampliação no século XV e, depois, no século XVII-XVIII. A fachada primitiva era virada a ocidente, mas muito mais recuada que a atual. O edifício original de planta retangular, coincidia com o atual pátio e espaços adjacentes. Nestes últimos, há importantes trechos de silharia medieval, a qual se prolonga para cima dos atuais telhados. Uma série de elementos provam, que inicialmente, havia duas altas torres ligadas por um pátio central. Apareceram também vestígios das paredes limítrofes e das portas de ligação do pátio com o exterior. Apesar de ter havido obras de certa envergadura durante o século XV, a insuficiência do espaço de armazenamento da Alfândega agravou-se com o rápido incremento do comércio marítimo. Em 1565 foram feitas reformas no edifício, mas sabe-se pouco a seu respeito. A partir de 1677, desenvolve-se um programa de ampliação mais vasto, cujo início ficou assinalado por uma inscrição colocada no pátio interior. A tendência de ir somando novos espaços aos já existentes desaparece e começa a ver-se o edifício como um todo. A fachada principal é ampliada com mais dois pisos, concentrando-se aí a maior parte dos serviços deslocados das torres. O armazém interior (o atual salão central) foi organizado em três naves com altas arcarias, o qual garantiu uma maior fluidez na ocupação. O último corpo, com a fachada virada para o interior dos armazéns, constituiu uma das zonas de maior significado nesta reforma, já numa 2a fase, talvez no terceiro quartel do século XVIII. A “fachada” oeste deste corpo foi enriquecida com uma escadaria interior, de lanço único. Este enriquecimento, que continua nas largas aberturas simétricas ao eixo da escadaria, parece justificar-se pelo desejo de dignificar o local onde eram desempenhadas as principais funções administrativas da Alfândega. A cave deste corpo do edifício ampliava a zona destinada a armazenagem, provavelmente neste caso para os produtos retidos por parte da Coroa na sequência da aplicação da dízima e demais impostos. A casa do selo ter-se-á instalado no ângulo sudeste do salão central, onde subsiste um dispositivo para colocação de dois foles e uma fornalha, servida de uma grande chaminé. Na sequência da reforma seiscentista, as instalações da Casa da Moeda, que entretanto tinha sido desativada, sofreram uma redução na sua área, que foi temporariamente usada como celeiro público. A cunhagem régia foi retomada em 1688, cingindo-se agora a Casa da Moeda à metade oriental, em redor de um pátio mais pequeno, mas mantendo-se a entrada primitiva. Até à primeira metade do século XIX não foram realizadas obras de grande significado. Porém, anos mais tarde e quando se pensava na transferência da Alfândega para outro local, surgiram novos armazéns, no interior e no ângulo sudoeste do quarteirão, construídos por privados. Com a construção da Alfândega Nova, em Miragaia, as antigas instalações foram abandonadas, mantendo o Estado os armazéns interiores e alienando a propriedade do corpo da frente. A tradição que relaciona o nascimento do Infante D. Henrique com este local levou ao descerramento de uma lápide sobre a entrada principal, no ano de 1894. A iniciativa partiu da Comissão Henriquina, à qual se associou a Câmara, tornando assim definitiva designação de “Casa do Infante”, atribuída ao edifício. No final de oitocentos inicia-se a última fase de transformações, que se prolongou durante as primeiras décadas do século XX. A fachada foi remodelada, sendo-lhe acrescentado um andar. A classificação da Casa do Infante como monumento nacional dá-se em 1924. No final dos anos 50. O edifício, cujo corpo posterior se encontrava arrendado voltou para a posse do Estado e da Autarquia. Entre 1958-1960 sofreu um profundo restauro, orientado pela Direção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, sob direção do arquiteto Rogério de Azevedo. O Arquivo Histórico Municipal do Porto foi fundado em 1980, em substituição do antigo Gabinete de História da Cidade. Conserva a documentação produzida pela Câmara Municipal do Porto desde a Idade Média, bem como diversos artigos de ordem particular e coleções. O seu acervo inclui numerosas séries manuscritas, pergaminhos, códices iluminados, desenhos, fotografias, etc. Como complemento informativo, o serviço dispõe de uma biblioteca auxiliar com cerca de 5000 publicações impressas e, ainda, coleções de postais antigos, gravuras, cartazes, etc., sobre temas portuenses. Compete-lhe receber, organizar e criar instrumentos de acesso à documentação; criar condições de acessibilidade do público aos documentos; promover a divulgação do seu acervo e de temas de História da Cidade. Atendimento aos serviços administrativos: incorporação de documentos; prestação de informação de caráter administrativo; resposta e requisições credenciadas de documentação para fins administrativos. Atendimento aos munícipes: consulta e venda do Boletim Municipal, posturas e regulamentos; informações administrativas através dos serviços competentes. Leitura: o serviço possui uma sala para consulta aberta aos serviços camarários e a investigadores cuja admissão está sujeita a autorização prévia. No espaço museológico, designado como “Torre Norte”, organizado por três pisos, encontram-se expostos objetos achados nas escavações arqueológicas e pode aceder-se a informação sobre o edifício e a cidade através de uma reconstituição vídeo, em imagem virtual, vários postos multimédia, merecendo especial destaque a maqueta do Porto Medieval à escala 1:500. De realçar ainda, na parte aberta mais recentemente ao público, temos os primeiros pavimentos de mosaico romano da cidade, a ara dedicada aos Lares Marinhos, o espaço oficinal da Casa da Moeda e a ocupação de toda aquela área na época moderna e contemporânea. Esta última zona expositiva, alude simbolicamente à Rua Nova, a importante artéria rasgada em finais do séc. XIV, depois chamada Rua dos Ingleses e que constitui hoje a Rua Infante D. Henrique. Uma evocação do Infante D. Henrique seria inevitável na Casa que dele guarda o nome, e assim se fez, concretamente através da memória das comemorações henriquinas de 1894, evento que consolidou a tradicional imagem da ligação do Infante à cidade do Porto.
Rua da Alfândega, 10; 4050-029 Porto
Contactos: Tel: 222 060 400   Fax: 222 060 401
E-Mail: casadoinfante-serveducativo@cm-porto.pt      Site: www.cm-porto.pt





Capela Nossa senhora do Ó (P4)
"A capela da Nossa Senhora do Ó, que se situa no Largo do Terreiro, na Ribeira, não é a capela original. A original que é descrita por Pinho Real como sendo ""rica e bonita e uma das mais sumptuosas do Porto"", foi construída por cima da Porta da Ribeira. "
A capela encontrou-se abandonada por um largo período de tempo até que a respetiva confraria restaurou e em 1694 pediu a sua bênção, mas por motivos desconhecidos, este pedido só foi atendido em 1783, já quando nenhum dos membros daquela confraria era vivo. Em 1821, a Porta da Ribeira foi demolida e o mesmo aconteceu com a capela, sendo extinta a confraria respetiva. Existem opiniões diversificadas quanto à imagem de Nossa Senhora do Ó, pois alguns acreditam que ela teria sido transferida para a Capela da Piedade, outros dizem que a imagem não terá escapado à destruição da capela e a que se encontra atualmente na Capela da Piedade (também chamada da Piedade do terreiro, da Piedade do Cais ou simplesmente da Senhora do Cais) trata-se de uma imagem do Séc. XIX. A Capela do Largo do Terreiro pertence ao Sé. XVII e sofreu obras de reconstrução no Séc. XVIII. Alguns elementos dessa reconstrução ainda são visíveis mas a fachada foi bastante danificada durante o Cerco do Porto, em 1833. A capela foi restaurada, desta vez pela população da freguesia de S. Nicolau, em 1982, que fez ressurgir as festas em honra da nossa Senhora do Ó, realizadas em agosto. A fachada principal da capela tem uma porta central, uma janela de cada lado da mesma e uma mais acima. Estas três janelas são todas elas gradeadas e com ornamentos. No telhado existe um pequeno nicho que abriga o sino e que é rematado por uma cruz de pedra.






Casas da Reboleira (P5)
Localizado numa das mais típicas ruas do Porto antigo o prédio da Reboleira 55 é um dos exemplares mais interessantes da arquitetura civil dos finais da Idade Média, (séc.XVI) Situa-se no ângulo da rua da Reboleira com a rua do Outeirinho, do lado oposto à Casa 59, possuindo ainda uma terceira frente, virada ao rio. É um dos maiores edifícios da zona e contém elementos de várias épocas, (portais góticos) testemunhando uma grande densidade histórica e uma não menos significativa evolução estilística. Ao nível da cave, com acesso para a Rua do Outeirinho, veem-se estruturas medievais que poderão remontar ao século XIV. A fachada da rua da Reboleira mantém ainda no rés do chão os portais góticos e as janelas, cuja simetria faz pensar na aglutinação de dois talhões independentes, se não mesmo duas moradias. Os andares superiores foram transformados, possivelmente no século XVII, assim como o próprio coroamento das ameias. No interior conservam-se alguns detalhes que fazem pensar em adaptações, ocorridas talvez no século seguinte. Um dos seus primeiros proprietários foi António Sousa Lobo, um avarento portuense que deu azo a inúmeras histórias populares. Seguiram-lhe o Barão de Massarelos e Justino Pinto Bastos que também aqui abriram seus escritórios. Ultimamente, esteve lá instalada a firma Hall & Ca., no entanto a Casa parece estar devoluta.

A Casa 59 da Rua da Reboleira faz esquina com a Rua do Outeirinho. Trata-se de uma Casa-Torre, com paredes de granito coroada de ameias. Este é um belo exemplar da arquitetura civil do século XIV até porque é um dos únicos que manteve até aos dias de hoje a sua estrutura original. A sua construção consta de um contrato celebrado em 15 de setembro de 1688, entre o mestre pedreiro Manuel Mendes e Pedro Pedrossem, e foi também o cenário escolhido para o nascimento de Pedro Pedrossem da Silva (filho) que aqui morou até ao seu casamento. Após a saída de Pedrossem outros familiares descendentes habitaram a casa até 1837, ano em que se procedeu à instalação de vários escritórios de Exportadores de Vinho do Porto. Mas os seus proprietários não ficariam por aqui e em 1862 entra em funcionamento no prédio o Hotel Inglês que tinha mesa redonda às 5 horas da tarde (o famoso chá das 5). No entanto também o hotel viria a deixar o edifício no ano de 1872, passando o prédio para a propriedade do negociante Francisco Cardoso Valente. O prédio foi restaurado pelo CRUARB e, atualmente, desempenha funções de caráter social, encontrando-se aí instalado um centro de dia para idosos.




Rua da Reboleira nº 55 e nº59; 4000 Porto





Igreja de São Francisco (P6)
A Igreja de S. Francisco, situada na Rua da Alfândega, tem para os portuenses e turistas que nos visitam um interesse semelhante ao da majestosa Catedral da cidade, a Sé. Considerada monumento nacional, dentro das suas paredes são celebrados as mais requintadas celebrações entre as quais se destacam os casamentos, pois a constituição da igreja convida à doce imagem dos contos de princesas. A Igreja fazia parte do convento dos Frades Observantes de S. Francisco e a sua construção foi incentivada pelo Papa Inocêncio IV, em 1244, no entanto só mais tarde é que foi mandada edificar, terminando a sua construção nos princípios do século XIV. De visita à constituição da arquitetura do templo, comecemos pelo topo da fachada principal. Nele destaca-se uma belíssima rosácea formada de colunas radiantes com capitéis lavrados cercados por molduras crescentes. Descendo um pouco deparamos no centro com a imagem de S. Francisco, instalada num nicho. Lateralmente deparamos com um friso adornado de modilhões com uma coluna salomónica de cada lado, pousadas em pedestais e acompanhadas por colunas torcidas em espiral. Chegados ao portal, em estilo jesuítico dos séculos XVII - XVIII, que permite a entrada para o templo podemo-nos regalar a beleza das colunas salomónicas com capitéis coríntios, acompanhados de pirâmides que o ladeiam. De entrada no templo encaramos com um estilo gótico, revestido de talha dourada barroca e rococó, dos séculos XVII e XVIII, que se estende aos tetos, pilares, arcarias e retábulos dos altares fazendo crer ser «toda de ouro». Com uma constituição de três naves, sendo a mais alta a central que faz a ligação através de absidíolos com as naves laterais. As naves têm dez intervalos de arcos ogivas apoiados em colunas fasciculadas de capitéis lavrados com motivos vegetais e animais. O transepto situado entre o corpo da igreja e a capela-mor, transmite luz para o interior do templo dando-lhe uma aparência cruciforme. A capela-mor é coberta por uma abóbada ornamentada em relevo lavrado. O coro datado do século XVI é sustentado por dois arcos, um em cesta e outro em ogiva abatida. Na fachada sul do templo encontramos um outro portal, este em estilo gótico emoldurado por uma espécie de esferas e formado por três arquivoltas ogivadas. Na testeira da nave abre-se um óculo preenchido por uma cruz hexalfa formada por dois triângulos equiláteros cruzados com uma moldura de esferas semelhante à do portal da fachada sul. As três naves têm cobertura em madeira. Só a capela-mor e as duas capelas absidiais são abobadadas em aresta, com forma poligonal. Das capelas circundantes destaca-se a de S. João Batista pelo seu estilo manuelino, situada no braço direito do transepto, salientando-se um portal também manuelino com arco de volta plena, coberta por uma abóbada com nervuras e florões. Nas paredes os azulejos do século XVIII e no retábulo datado do século XVI uma pintura representa o Batismo de Cristo no rio Jordão.

Rua do Infante D. Henrique; 4050-297 Porto
Contactos: Tel: 222 062 100   Fax: 222 009 412



P7 / P8 / P9 / P10 / P11 (Alfândega do Porto / Igreja de S. Pedro de Miragaia / Igreja de S. João Novo / Palácio de S. João Novo / Palácio de Belmonte)


















Alfândega do Porto (P7)
O edifício neoclássico foi mandado edificar a 25 de setembro de 1859, na praia de Miragaia, segundo projeto do arquiteto francês Jean F. G. Colson, tendo o seu primeiro núcleo sido inaugurado em 1869 e terminada a construção dez anos mais tarde. É composto por três corpos perfeitamente simétricos. Utilizando largamente o ferro como material de construção, o edifício tem a singularidade de o conjugar sabiamente com outros materiais: a pedra, o tijolo e a madeira.
Rua Nova da Alfândega; 4050 - 430 Porto
Contactos: Tel: 223 403 000   Fax: 223 403 099





Igreja de São Pedro de Miragaia (P8)
A atual igreja paroquial de S. Pedro de Miragaia é a mais recente de várias outras igrejas que, terão existido na pequena localidade de pescadores, integrada na cidade do Porto há vários séculos. "Igreja de origem muito antiga, foi reconstruída no séc. XVIII. Contudo não é conhecido o seu ano de construção. Mas existem diversas notícias certas que apontam sobre a sua antiguidade, em 1453, foi nela depositado o corpo de S. Pantaleão (adotado como padroeiro da cidade do Porto), que o bispo D. Diogo de Sousa trasladou para a Sé em 1499, onde ainda está numa pequena urna de prata, deixando, contudo, na igreja de Miragaia um braço do santo, como relíquia. Diga-se a este propósito que o corpo do santo mártir teria sido trazido de Constantinopla, quando a cidade foi tomada pelos turcos, em 1453, por um grupo de cristãos arménios que, fugindo, apartaram à foz do Douro e, subindo o rio, depositaram as relíquias na igreja de Miragaia, perto da qual se estabeleceram, dando origem à Rua dos Arménios (atualmente Rua Arménia). Em 1672, o bispo D. Nicolau Monteiro reformou a antiga igreja; já em 1740, sendo considerada demasiado pequena para a crescente população da freguesia, foi em parte demolida, aproveitando-se, para a construção da atual, apenas a capela-mor e os lados do transepto. "A frontaria desta igreja é de estilo simples, apresentando alguns traços característicos das construções de meados do século XVIII. Tem um portal com frontão triangular, ladeado de pilastras, e um grande janelão gradeado, sobre cuja moldura superior está colocada uma tiara, cruz e chaves de S. Pedro. Ladeando o janelão, figuram ornatos piramidais, de fantasia barroca. Remata a fachada um amplo frontão triangular, em cujo tímpano figura a legenda latina «Divo Petro Dicata» (Dedicada a S. Pedro), sobre o qual se ergue uma cruz trilobada e quatro urnas. As paredes exteriores e interiores, bem como a torre, situada à direita da fachada, foram revestidos de azulejos emblemáticos, entre 1863 e 1876. O interior da igreja é de uma só nave. Sendo que a sua constituição é modesta, enriquecida apenas pelo retábulo da capela de Nossa Senhora do Carmo, de talha seiscentista, que pertenceu à igreja do extinto convento de Monchique e foi ali colocado no século passado. É merecedor de igual destaque, o painel do altar de Santa Rita, também do século XVII. Outra das boas peças desta igreja, pela sua técnica e colorido, é o tríptico que pertenceu à capela do Espírito Santo (localizada em anexo à igreja paroquial, ao cimo duma escadaria lateral, era administrada pelos mareantes, atualmente sem qualquer serventia, foi até há pouco utilizada por jovens escoteiros da paróquia, que nela desenvolviam as suas atividades). Esta obra notável da escola holandesa está guardada no Museu da Companhia. A parte mais rica da igreja é, no entanto, a capela-mor. Totalmente revestida de talha seiscentista, reforçada com elementos de estilo rococó vindos também da igreja de Monchique, o que dá ao conjunto um aspeto admirável. De cada lado, entre as tribunas, dois notáveis alto-relevos em madeira pintada, representando o Triunfo da Eucaristia e o Triunfo da Cruz. O retábulo, também de talha sumptuosa, tem duas belas imagens de S. Pedro e S. Basílio.
Largo S. Pedro de Miragaia; 4050-564 Porto
Contactos: Tel: 222007618  





Igreja de São João Novo (P9)
Em 1582, a diocese do Porto era constituída por uma única freguesia, a freguesia de Santa Maria da Sé. Esta, por razões de ordem pastoral, foi subdividida em quatro, passando a freguesia de Santa Maria da Sé, a de Nossa Senhora de Victória, a de S. Nicolau e a de S. João Batista de Belomonte. A paróquia de S. João Batista de Belomonte durou apenas nove anos pois quando o bispo D. Jerónimo de Meneses, em 1592, sucedeu a D. Frei Marcos (bispo de Lisboa que tomou a diocese do Porto, em 1582), este extinguiu-a, repartindo a sua área pelas freguesias de Victória e de S. Nicolau. A própria igreja paroquial foi doada ao frades Eremita Calçados de Santo Agostinho. Estes logo começaram a construir o seu convento dedicando-o a S. João de S. Fecundo. Daí o convento se ter chamado de S. João-o-Novo, e posteriormente para simplificar, S. João Novo. Neste convento que foi abandonado em 1832, encontra-se atualmente instalado o Tribunal Criminal e Correcional, que ainda conserva o antigo nome do convento. Quanto à igreja, os frades Eremitas Calçados de Santo Agostinho, consideraram-na imprópria e demoliram-na. Foi construída no mesmo sítio uma nova igreja que ainda hoje está ao lado do tribunal. O estilo de construção da igreja de S. João Novo encontra-se numa transição entre o clássico e o barroco. Existem alguns entendidos como, por exemplo, Carlos de Passos, que afirma que esta igreja apresenta incorreções de proporções como, por exemplo, a desproporção das colunas que ladeiam o portal, face à grandiosidade da fachada. A fachada encontra-se dividida em partes. A primeira, assenta num estilóbata onde se firmam quatro pilastras. A meio situa-se um portal com duas colunas de cada lado, duas janelas gradeadas que ladeiam o portal e mais outras duas a nível superior. A segunda parte, possui seis pilastras que prolongam as do altar inferior e janelas com as mesmas parecenças que as do primeiro andar. A terceira parte da fachada é composta por torres laterais e três frontões em que o do meio termina em cruz. A capela-mor, situada no interior da igreja, é coberta por uma abóbada de pedra. Nas paredes abrem-se quatro portais decorados e com emblemas e legendas alusivas a Nossa Senhora, Santo Agostinho e Santo Patrício. O altar-mor foi mandado construir pelo bispo D. Frei António de Sousa (1757/ 1766), um frade que pertenceu à Ordem e o seu túmulo (simbólico), como memória, encontra-se do lado esquerdo da capela-mor. O interior também possui uns azulejos decorativos, datados de 1741 e as obras lá encontradas são de origem dos séculos XVII e XVIII.
Rua de S. João Novo, 4000 Porto






Palácio de São João Novo (P10)
Localizada no topo norte do Largo de S. João, o Palácio de S. João Novo apresenta-se-nos como uma casa apalaçada, em estilo barroco do segundo quartel do século XVIII. A sua construção serviu de habitação a muitos dos mais ilustres famílias do Porto, como está patente no brasão em granito colocado sobre a porta principal. A autoria deste projeto divide opiniões pois que Robert C. Smith o atribui a Nicolau Nasoni e Jaime Ferreira identifica-o como obra de António Pereira. O palácio ocupa um local de difícil implantação. O fundo da casa situa-se junto a um pano da muralha da cidade, parecendo ter sido escavado, na alta escarpa que se levanta atrás. Contra o declive estão as dependências do edifício, uma série de terraços, ligados por escadas, passadiços e ramadas, todos construídos em granito. A fachada principal ocupa um terreno desigual, descendo de leste para oeste. No canto noroeste da praça a casa dobra-se em ângulo reto. Chegados á entrada do edifício deparamos com uma escadaria aberta que ocupa toda a zona central do edifício. A portaria é dominada por um grande arco abatido apainelado, cujas molduras terminam num par de volutas. Aos dois lados da entrada o arco repete-se, como eco do motivo dominante. Dois degraus por baixo do arco da escadaria conduzem ao vestíbulo, cujo fundo é formado por três arcos. O do meio dá acesso ao cofre-forte da família Costa Lima (que ainda conserva as primitivas grades de ferro) e os dos lados comunicavam com a escadaria. Do vestíbulo veem-se dois lanços de escadas que, atingindo o primeiro patamar, se combinam para formar uma só escadaria. Um grande portal à cabeceira da escada remata a composição, mantendo-se nele as formas quadradas do parapeito. A simplicidade da abertura evoca as portadas exteriores. Durante a sua existência o palácio assistiu a muitos dos acontecimentos históricos da Cidade, entre eles a Segunda Invasão Francesa, em 1809 e o Cerco do Porto, em 1832 nestas alturas este e muitos outros palácios foram abandonados pelos seus proprietários sendo ocupados pelos invasores e liberais. Até que em meados de 1945 o palácio, então pertença da Junta da Província do Douro Litoral, foi transformado em Museu de Etnografia e História. Este museu, considerado o mais rico, deste género, em Portugal possui um acervo de mais de 4000 peças. Nas diversas salas que constituem os três andares do edifício podemos apreciar variados exemplares de coleções artisticamente raras. Logo à entrada no lado direito deparamos com um Lagar com Prensa e o Engenho de Linho. A sala de arqueologia, à esquerda, possui uma valiosa coleção de instrumentos de pedra e cerâmica do período do paleolítico. Na sub-loja encontramos a Sala da Lavoura e a das Armas de Guerra da época das invasões francesas. No piso seguinte podemos admirar a Sala de Medicina Popular com a sua farmácia dos séculos XVIII e XIX e a Secções de Faianças possuidora de uma fabulosa coleção de tinteiros produzidos nas fábricas do Norte do país. Na Sala de Arte Sacra estão guardadas peças vindas da Igreja de s. João Novo. A sala de História possui uma numerosa coleção de peças romanas e objetos pré-históricos. Podemos ainda admirar um mapa ilustrativo da evolução do Homem, dos astros e dos animais até ao aparecimento de Cristo. Mapas e plantas da Cidade bem como peças e mobiliário regional em castanho. Esta pequena descrição nada é comparada com as inúmeras salas deste palácio que, nos início dos anos 80 começou a dar mostras da sua degradação, situação agravada pelo incêndio de 1984, embora sem consequência graves para o espólio do museu. Até que em maio de 1992 o museu teve que ser encerrado devido à falta de condições de segurança do edifício.

"O Instituto Português do Património Cultural organismo responsável pelo Palácio desde 1988 nunca chegou a fazer as obras de recuperação do edifício e muito embora se tenham já proposto diversos locais para a abertura do mesmo museu o Instituto Português de Museus garante que este vai permanecer no Porto "porque as coleções que o integram fazem parte da memória afetiva e cultural da sua área metropolitana."





Palacete de Belmonte (P11)
O Palacete de Belomonte (ou de Belmonte), também conhecido como Casa dos Pacheco Pereira, é uma casa apalaçada localizada na cidade do Porto. O Palacete é um exemplar bem representativo da arquitetura barroca da cidade da primeira metade do século XVIII. A frontaria da casa está dividida em cinco partes, por pilares. O brasão da família Pacheco Pereira, que ornamentava a fachada, foi substituído pelo emblema da Companhia dos caminhos de ferro Através de África (também conhecido como Companhia de Ambaca) quando esta adquiriu o imóvel, em 1888. Presentemente, está instalado no Palácio de Belomonte um dos núcleos da Escola Superior Artística do Porto.
Rua de Belmonte



P12 / P13 / P14 / P15 (Casa de Almeida Garrett / Capela de São José das Taipas / Edifício do Tribunal e Cadeia da Relação do Porto (Centro Português de Fotografia) / Igreja dos Clérigos).






















  
Casa de Almeida Garrett (P12)
 Na Rua do Dr. Barbosa de Castro, nº 37, outrora conhecida como Rua do Calvário (1679 a 1920), situa-se a casa do escritor Almeida Garrett. Almeida Garrett, mais precisamente João Batista da Silva de Almeida Garrett nasceu neste edifício a 4 de fevereiro de 1799. tendo vivido no dito edifício até 1804 data em que se mudou com seus pais para Vila Nova de Gaia. O prédio setecentista, análogo aos que lhe ficam próximos, possui uma janela central no primeiro andar, janela que foi entaipada e no seu lugar foi colocada uma grande placa, possivelmente de gesso, de forma oval, com festões simulando folhas de louro, na qual se lê:
«CASA ONDE NASCEU NOS 4 DE FEVEREIRO DE 1797 JOÃO BATISTA DA SILVA LEITÃO DE ALMEIDA GARRET - MANDOU GRAVAR À MEMÓRIA DO GRANDE POETA A CÂMARA MUNICIP AL DESTA CIDADE EM 1864.»





Capela de São José das Taipas (P13) 
A igreja de S. José das Taipas, situada no início da Rua do Dr. Barbosa de Castro, começou a ser construída em 1795, mas só ficou acabada em 1878. Esta lentidão ficou a dever-se, sem dúvida, à falta de recursos da irmandade, mas deve ter sido provocado também pelos escaldantes acontecimentos políticos e sociais que marcaram o século XIX desde o início. Não admira, por isso, que o projeto do engenheiro Carlos da Cruz Amarante tenha sido substancialmente alterado, ao longo dos 83 anos que demorou a construção da igreja. As alterações mais significativas registaram-se no retábulo da capela-mor e na sacristia. A irmandade que administra esta igreja resultou da fusão, em 1780, de duas outras anteriores: a de S. Nicolau Tolentino das Almas (instituída em 1634, na igreja de S. João Novo) e a de S. José das Taipas. A nova confraria, designada Irmandade das Almas de S. José das Taipas, reunia-se, primitivamente, na capela privativa da confraria de S. José das Taipas, fundada em 1666 pela família dos Pachecos ao cimo da Rua do Calvário (hoje do Dr. Barbosa de Castro). Com o desenvolvimento do culto das almas, cedo se impôs a necessidade de se construir um novo templo. Tanto mais que a Irmandade das Almas conquistou enorme simpatia por parte da população, a ponto de em 1810, os moradores na Ribeira deliberarem confiar-lhe o encargo do sufrágio dos mortos no desastre da Ponte de Barcas (29 de março de 1809) e a recolha das esmolas para esses sufrágios. Por essa razão, a irmandade passou a realizar todos os anos, nessa data, uma procissão da capela até à Ribeira, evocando as almas dos que morreram no rio, um ato religioso que se manteve até 1909 e que só terminou com o advento da República. Na igreja das Taipas conserva-se ainda a tela original evocativa dessa tragédia provocado pelas invasões francesas, que esteve inicialmente na Ribeira, antes de ser substituída, em 1897, pelo painel de bronze de Teixeira Lopes (pai) que agora figura no muro da Ribeira. "Relacionado com este desastre da Ponte de Barcas, registou-se um lamentável episódio que envolveu a Irmandade das Taipas e uma outra semelhante, ereta na Capela das Almas, da Rua de Santa Catarina. Quando a população da Ribeira entregou à das Taipas o encargo daqueles sufrágios, a de Santa Catarina não gostou que a outra ficasse com o exclusivo da gestão das esmolas das «Alminhas da Ponte» (que constituíam já um avultado capital), reivindicando também esse direito. O conflito estalou e a contenda arrastou-se durante alguns anos, com grande escândalo público, a ponto de Firmino Pereira a ele se referir nos seguintes termos: «A irmandade (de Santa Catarina), que era teimosa, disputou à sua congénere das Taipas a administração do cofre das ""Almas"", travando-se entre as duas corporações um litígio formidável em que, cada uma, no seu interesse, se defendeu com os melhores argumentos que pôde inventar ou deduzir dos textos canónicos aplicáveis ao caso. A questão era, como se vê, reles, porque assentava numa base de ganância." "A igreja das Taipas é um templo elegante, de estilo italiano-clássico, com uma frontaria de grande simplicidade. Na fachada, destaca-se a porta, superiormente adornada, e, no seu enfiamento, um grande janelão com frontão circular; no remate, um frontão com tímpano com um óculo e grinalda. A torre, de forma quadrada e um pouco recuada, situa-se do lado direito e abre com uma porta e, por cima, uma janela gradeada; no primeiro andar, uma outra janela e, mais acima, quatro janelas sineiras, rematando-a uma cúpula em pirâmide, encimada por uma cruz de ferro; esta parte superior da torre é revestida por azulejos." Interiormente, a igreja é de uma só nave, coberta por abóbada de berço, com estuques muito simples, ao longo da qual corre um varandim com grade de ferro. Além do altar-mor, tem quatro altares laterais, dedicados a Nossa Senhora das Dores, da Saúde, da Conceição e a Santo António. Na capela-mor, também abobadada em berço e com estuques, destaca-se o retábulo neoclássico do século XIX e as imagens de S. José e de S. Nicolau Tolentino. Merecem também algum destaque o famoso presépio desta igreja e uma tela antiga, da escola alemã, representando Nossa Senhora da Divina Providência.

Rua das Taipas, 125; 4050-600 Porto /    Contactos: Tel: 222 000 091




Edifício do Tribunal e Cadeia da Relação do Porto - Centro Português de Fotografia (P14) 
Localizado no Campo Mártires da Pátria, encontra-se a antiga Cadeia e Tribunal da Relação do Porto. Datada do século XVIII é um possante monumento de granito com seu interior escuro e assustador. O edifício mandado construir por Filipe II de Espanha, I de Portugal chegou a albergar cerca de 500 presos, de ambos os sexos. Esteve em pleno funcionamento entre 1961 a 1974, altura em que foram transferidos os últimos presos para a cadeia de Custóias. Neste edifício estiveram encarceradas algumas das personagens mais conhecidas da Cultura portuense, entre os quais se destacam o escritor Camilo Castelo Branco e sua companheira Ana Plácido. A sua localização é, na parte de S. Bento da Vitória, abafada pelo casario, o qual não nos permite admirar a beleza arquitetónica que o compõe. É no entanto de salientar as cento e três janelas que compõe este edifício de forma triangular com duas entradas separadas. É neste edifício que funciona o Centro Português de Fotografia/ Ministério da Cultura, o organismo coordenador da política do Estado para o setor. O edifício sofreu trabalhos de restauro e adequação às funções atuais baseados no projeto da equipa de arquitetos coordenada por Eduardo Souto de Moura e Humberto Vieira. As atribuições e responsabilidades do CPF/MC distribuem-se por três setores fundamentais: preservar e enriquecer o património fotográfico (arquivos de Lisboa e Porto, bem como Coleção Nacional de Fotografia); desenvolver o conhecimento da fotografia portuguesa e internacional (exposições, no país e no estrangeiro, edição, oficinas, investigação); apoio a projetos apresentados (no campo da produção fotográfica contemporânea, da edição, da formação e dos arquivos).

Campo Mártires da Pátria; 4150-368 Porto / Contactos: Tel: 222076310   Fax: 222076311
E-Mail: email@cpf.pt      Site: www.cpf.pt

Igreja dos Clérigos (P15)
A Igreja dos Clérigos situada na rua de S Filipe de Néri é a representação mais marcante do estilo barroco. A sua construção teve início em 1732 e constitui a obra mais imponente de Nicolau Nasoni. Esta nova conceção do classicismo renascentista revelado nas talhas dos enriquecidos interiores de templos resulta na combinação de volumes primorosamente modelados num ímpeto de fantasia e paixão. A parte exterior da igreja é constituída por uma escadaria dupla ornamentada de vasos floridos esculpidos em pedra. A fachada principal composta por um portal encimado por uma janela de grande dimensão separada das janelas laterais por pilastras lavradas em espiral. No nível superior desta fachada podemos admirar uma outra janela de grande porte com repisa erguida e almofadada onde se encontra a mitra papal. Nas partes laterais deste nível superior deparamo-nos ainda com duas estátuas recolhidas em nichos em forma de concha, uma de S. Pedro e a outra de S. Filipe de Néri. A culminar este notável projeto arquitetónico deparamos com um frontão triangular salientando-se-lhe no centro um monograma A M esculpido no tímpano da armação saliente e enfeitado com folhagem, grinalda e volutas em homenagem à Nossa Senhora da Assunção. De visita ao interior do templo concluímos que este possui apenas uma nave, de forma elíptica. O teto é uma abobada dividida por arcos intervalados por um escudo formado pelo monograma A M. As chaves de S. Pedro, a mitra e a folhagem descaindo sobre o entablamento estão sustentados por pilastras. Na entrada da igreja é de realçar a sumptuosa imagem do Arcanjo S. Miguel segurando um escudo de madeira. Na capela-mor encontramos um trono ostentando a imagem da Virgem e sob ele uma urna contendo os restos mortais do mártir Santo Inocêncio e de Nicolau Nasoni, falecido em 1773. Podemos ainda maravilhar-nos com o retábulo estio Luís XV todo de mármore de diversas cores. Na cabeceira da igreja, voltada para o jardim da Cordoaria deparamos com a maior Torre de Portugal, com 75m de altura, notável pela sua elegância e harmonia de formas, também em estilo barroco, erguida entre 1748 e 1763. Referimo-nos evidentemente à Torre dos Clérigos. Construída em granito lavrado e dividida por andares de linhas suaves, é servida por uma escadaria de 240 degraus finalizando num belíssimo campanário de onde se pode observar o Porto e arredores de uma forma verdadeiramente indescritível. Este é sem dúvida o marco mais reconhecido pelos portuenses sendo mesmo um dos seus orgulhos.




                                                                             S. Filipe Nery; 4050-546 Porto / Contactos: Tel: 222 001 729